30 nov Sua terapia dá resultados?
“Sua terapia dá resultados mesmo?”. Esta foi a pergunta que um senhor me fez, assim que se assentou no sofá de meu consultório. Embora trabalhe há anos com psicoterapia breve chamou-me a atenção, ter sido esta a primeira coisa que ele disse. Segundo ele, a pergunta se deveu a um cansaço de já ter ido a vários profissionais e realizado outros processos de psicoterapia, porém sem sucesso na resolução de suas dificuldades. Nestes, até conseguia compreender o seu problema, mas o “danado” continuava ali, presente em sua vida. O que ele queria, e com muita legitimidade, era não só compreender, mas principalmente, encontrar soluções e ficar livre do que o atormentava.
A meu ver, a pergunta e angústia deste senhor levantam um importante questionamento para os psicoterapeutas: que tipo de terapia cada um realiza? Uma psicoterapia que se preocupa e se ocupa em obter resultados? Ou não?
A psicoterapia focada em resultados possui características muito específicas:
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Estabelece metas e objetivos terapêuticos. Não podemos avaliar resultados se não sabemos o que o cliente deseja mudar. Por isso, procura estabelecer um fio condutor que direcionará o processo. E ainda, estas metas não são parte de uma agenda oculta do terapeuta, mas fruto de uma conversa colaborativa entre os dois.
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O terapeuta entende que a cura de toda dor emocional é urgente, portanto deve dispor e buscar intervenções e ferramentas que impulsionem o processo de mudança e a autonomia do cliente. Possibilitar que o cliente se torne independente da terapia é um ponto importante neste modelo terapêutico.
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O terapeuta preocupa-se em trabalhar de forma ativa e colaborativa, auxiliando o cliente a construir uma nova história.
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A terapia é contextualizada e sistêmica levando em conta desde os aspectos culturais até a época na qual o cliente está inserido. Em outras palavras, para o século XXI uma terapia do século XXI.
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O cliente é incentivado a realizar tarefas fora do horário das sessões, assumindo assim compromisso e comprometimento para com as mudanças desejadas.
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O terapeuta avalia em conjunto com o cliente os avanços e resultados obtidos no processo, decidindo, os dois, se o processo pode se encerrar ou não.
Uma terapia focada nos resultados é então, uma terapia compromissada com os ganhos, conquistas e mudanças do cliente. Uma terapia que respeita e entende como legítimo o desejo do cliente em obter alívio e cura das suas dores emocionais. Vista por outro ângulo, a terapia focada em resultados é, na verdade, uma terapia focada no bem estar do cliente.
Ana Paula Nascimento
Postado em 17:00h, 30 novembroAmei este texto me representa e ao trabalho que desenvolvo.
Vanessa de Oliveira Berto
Postado em 08:07h, 23 agostoMaria Teresa, agradeço pelo seu esclarecimento mas gostaria de sanar uma dúvida. Eu vi um anúncio de mini cursos e conforme a leitura do site em questão, ele afirma que a pessoa após conclusão, que não é tecnólogo nem tão pouco bacharelado, que esta pessoa pode atender pacientes como terapeuta de resultado. Me diga, isso é possível? É possível uma pessoa fazer um mini curso e se transformar num terapeuta de resultado?? Pergunto porque percebo um perigo aí. A pessoa vai lidar com o psiqué de alguém com distúrbios emocionais e o resultado pode ser mais danoso aprofundando sua enfermidade. Agradeço desde já seu esclarecimento.
Equipe Abrangente
Postado em 14:01h, 23 setembroOlá Vanessa, que boa pergunta esta sua. Acho que os cursos sobre psicoterapia precisam ser direcionados para psicólogos, terapeutas e psiquiatras. Ou estudantes destas áreas, pois já possuem embasamento teórico para além do que é ensinado nos cursos de Terapia. Considero pouco provável que um mini-curso (não sei o número de horas) possa “transformar” alguém em um terapeuta de resultados. Talvez abra portas ou desperte a consciência para que a terapia foque também os resultados além das questões de autoconhecimento. Talvez possa ensinar técnicas que facilitem o trabalho focado em resultados, mas sinceramente “transformar” acho que não. Um dia quem sabe teremos técnicas que possam ser ensinadas mais rapidamente… mas por enquanto é necessário mais do que um mini-curso. Espero ter te ajudado. Abraços, Teresa.