“Uni, duni, Te, salame mingue” – De que forma você faz suas escolhas?

“Uni, duni, Te, salame mingue” – De que forma você faz suas escolhas?

“Uni, duni, Te, salame mingue” – De que forma você faz suas escolhas?
A escolha faz parte da nossa vida e está presente no nosso dia a dia muito mais do que imaginamos.
Pesquisas apontam que fazemos em média 70 escolhas por dia, ou seja, o processo da escolha é tão natural que na maioria das vezes não percebemos que estamos fazendo uma escolha, simplesmente vamos optando por uma coisa ou outra.
Quando crianças usamos muitas artimanhas para nos ajudar a escolher. Quem nunca usou ou ouviu alguém dizendo “Uni Duni Tê” , “cara ou coroa”, “par ou impar”, para livrar-se da dúvida e da responsabilidade da escolha? Seria bom se só isso resolvesse a questão, mas na verdade não é possível nem confortável para todos os dilemas com os quais nos deparamos. Para escolher entre 2 ou 3 sabores de sorvete pode até funcionar, mas e para o resto?
Existem diferenças entre as escolhas. Nas escolhas fáceis, a maioria no nosso dia a dia, uma das alternativas é claramente melhor do que a outra, aí não há dúvida, ou se há é bem simples e fácil de ser resolvida. Por exemplo, é provável que em um dia de chuva você opte por carregar o guarda-chuva ao sair de casa ao invés de deixá-lo na gaveta. Você poderia deixá-lo na gaveta? Sim, mas a opção mais segura é a de levar, a não ser que queira se molhar.
Já se temos que parar para pensar e tomar consciência sobre qual decisão tomar é porque as alternativas se relacionam umas com as outras e provavelmente todas tem aspectos positivos e negativos a serem considerados, ou seja, não há uma escolha nitidamente melhor. Essas são as que podemos chamar de escolhas difíceis.
Para escolher, usamos de comparação e no processo das escolhas difíceis não é possível usar de variáveis distintas como maior, menor ou igual. É necessário muito mais que isso, muito mais que “Uni Duni Tê”. É necessário realmente pensarmos mais, irmos mais fundo, lá no nosso interior, nos nossos valores para nos certificarmos das nossas escolhas. É necessário irmos lá atrás nas nossas memórias e nossas vivências e irmos lá no futuro nas consequências prováveis e “concretizar” as alternativas.
Um ponto importante é que as decisões não devem ser tomadas com as emoções à flor da pele, reações impulsivas podem não levar ao resultado que se espera, uma vez que consideraram apenas um aspecto e não o todo possível.
Outro dado interessante comprovado por pesquisas é que quanto maior o número de opções, mais difícil se torna a escolha. Isso acontece porque com várias alternativas com aspectos positivos e negativos, a comparação vai se tornando inviável, a dúvida cresce e em meio a isso, o processo decisório é paralisado ou postergado.
Outro fator comprovadamente relevante é de que a decisão tomada em um processo com muitas alternativas tende a gerar insatisfação. Como a escolha é baseada em muitos fatores diferentes, existe uma insegurança em relação ao que foi escolhido e uma grande facilidade de se voltar às opções não escolhidas e vê-las como melhores.
Em suma, quanto menos opções, mais fácil a comparação e a análise, com consequente maior assertividade e maior satisfação. Uma dica é reduzir ao máximo suas opções, focando no que realmente é relevante para você.
A partir do momento que escolhemos algo, precisamos olhar para o que escolhemos e olhar com coração. Infelizmente, nossa tendência é de que perante pequenos obstáculos ou meras frustrações com o que escolhemos, voltarmos nosso olhar para o “não escolhido”. Feito isso, provavelmente começaremos a carregar um sentimento de insatisfação e culpa, os quais não merecemos uma vez que antes de decidirmos, fizemos uma avaliação e a nossa escolha final não veio de forma aleatória.
Para lidar com decisões difíceis, o que pode ajudar é escrever o que poderá ganhar ou perder em cada uma das alternativas. Colocar no papel poderá ajudar a enxergar a situação com maior nitidez.
Em todo o processo de escolha o mais importante é não delegarmos aos outros as nossas decisões, podemos até pedir opiniões, mas a palavra final tem que ser a nossa. Vale lembrar que somos resultado de nossas decisões e a história de vida e a própria vida é nossa!

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Daniela A. Souza Boggione
daniela@abrangente.psc.br

Psicóloga com Formação em Psicoterapia Breve Sistêmica com aperfeiçoamento em Terapia Infantil, Familiar e Cognitiva Comportamental. Capacitação em Orientação Profissional, de Carreira e Coaching. Especialista em Fator Humano junto ao Comando da Aeronáutica.

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