Sim, mas…

Sim, mas…

 

Já observaram como algumas pessoas possuem o vício de desqualificar os aspectos positivos de suas vidas ou da vida dos outros? Chamamos este comportamento de vício do “sim, mas..” O discurso destas pessoas tende a reconhecer aspectos positivos, mas em seguida desqualifica-os acrescentando uma negativa que anula qualquer possibilidade de satisfação, prazer ou senso de realização pelo que foi dito antes. Para exemplificar:

“Sim, este texto é bom, mas as letras poderiam estar maiores.”

“Ele me elogiou, mas acho que foi só para me agradar”.

“Poderia chamá-la para sair, mas acho que nem adianta”.

Mas, mas, mas…  E uma avalanche de “mas” surge para dificultar, impossibilitar e desqualificar qualquer possibilidade, ponto positivo ou esperança. O vício do “sim, mas” derruba as pessoas todas as vezes que elas tentam ficar de pé. É um vício de pensamento e comunicação que tem como causas principais as seguintes dificuldades:

  1. Evitar um confronto direto. Por medo de responder que não, a pessoa concorda, mas com uma ressalva que lhe permite recuar.

  2. Necessidade de auto-engrandecimento. Por meio de críticas que faz aos outros a pessoa tem a sensação de que é melhor do que aqueles a quem critica.

  3. Busca pelo perfeccionismo. Nada é bom o suficiente, sempre falta algo ou poderia ser melhor.

  4. Descrença em si mesmo. Achar que não é capaz de realizar as atividades que se propôs. Daí o “sim, mas” colabora para que a pessoa nem tente fazer ou não se arrisque a fazer coisas novas.

  5. Hábito de procrastinar. O “sim, mas” ajuda a pessoa a empurrar com a barriga suas obrigações.

Um passo importante para sair deste vício é reconhecê-lo e prestar atenção em quais momentos surge. Observar o que significa aquele “sim, mas” e começar a desafiá-lo. Uma boa estratégia é trocar o sim, mas pelo sim, e… Por exemplo:

“O texto é bom, e para ficar melhor ainda você poderia aumentar as letras”. O “sim, e…” constitui um compromisso com a ação e com a busca de solução.

Outra dica: observe se o aspecto negativo que está sendo ressaltado é realmente importante. Será que em algumas ocasiões quem tem este vício não poderia limitar-se apenas a dizer: “sim está bom” e pronto? Então, deixar para mencionar um aspecto negativo quando realmente ele é importante, fará toda a diferença e empurrará a primeira pedra para se sair do ciclo vicioso do “sim , mas …”

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Maria Teresa Soares Eutrópio
teresa@abrangente.psc.br

Psicoterapeuta há 32 anos pela UFMG. Formação em Psicoterapia Breve e Psicoterapia Familiar Sistêmica. Especialista em Psicologia Clínica e mestre em Psicoterapia e Hipnose Ericksoniana. Autora do livro: “Construindo Metáforas e Histórias Terapêuticas”.

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