Quem só “fica” não fica: PASSA

Quem só “fica” não fica: PASSA

QUEM SÓ “FICA” NÃO FICA: PASSA
Caro “ficante”:
Dirijo-me, agora a você que tem “ficado”, só “ficado”.
Porque “ficar” e não ficar?
Tecnicamente, você sabe, “ficar” não é ficar, é um estar temporário, sem compromisso e aspirações.
Assim, você também sabe, é da essência do “ficar” não ficar.
O “ficante” típico faz a “ronda”, vai de bar em bar, de danceteria em danceteria e vai “ficando”, “ficando”… Sem ficar, passando…
Às vezes este “ficar” significa, apenas, conversar com alguém. Ás vezes, dançar. Ás vezes tocar e ser tocado, preferencialmente não ser tocado, só tocar. O “ficante” pode até ser tocado, mas não pode ser tocado: “Tão perto… E tão longe!”.
Outras vezes o “ficar” é mais complicado e envolve sexo, sem envolvimento, é claro. O momento, talvez, de maior intimidade e toque entre duas pessoas deve ser esquecido, não tocado, a não ser que ela “fique”, não é? Mas isto é uma outra historia, uma outra vida, talvez.
Por que não ficar? Ficar exige comunicação, reciprocidade, envolvimento. Como você sabe, é impossível não comunicar mesmo não comunicando…
Assim, você, caro “ficante”, não pode ficar: restará uma lembrança (geralmente para sempre), um perfume, uma palavra, um desejo, um toque… nem que seja para se lembrar de um sorriso, de um olhar… Sem palavras… com tantas palavras a se dizer…
Desta forma, para evitar dificuldades e… perigos, é que recomendo a você, caro “ficante”, a não se envolver… Não sentir… Não tocar… não ser tocado…
Seja leal ao seu interdito interno e evite, a todo custo… Ficar… Porque justamente, pode… Ser bom… Entendeu?
Assim, resumindo o anterior, gostaria de lembrar a você: “quem só ‘fica’ não fica, passa…”
Não sei, talvez – se você permitir – se sua mente consciente permitir, talvez… Você sonhe…
Observe os seus sonhos. Sinta os sonhos que estão dentro dos seus sonhos…
Lembre-se a vida é breve.
Rogério Niffinegger, Departamento de Psicologia / UFMG, Professor Titular, Teorias e Técnicas Psicoterápicas. Agosto 1998
Artigo publicado na Revista Psiu, 1998.

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Equipe Abrangente
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