Filho de peixe, peixinho é!

Filho de peixe, peixinho é!

 

Filho de peixe, peixinho é! E por que não ser? Há alguns dias atrás, tive o imenso prazer de assistir ao show “Elis, Rainha”, com uma banda que se chama Lúdica Música, formada por pessoas queridas e muito talentosas. Eles conseguiram apresentar Elis Regina em sua essência, mas com uma leitura completamente diferente e brilhante! Como sempre fazem! UM ESPETÁCULO! Uma das músicas que executaram foi “Como Nossos Pais” de Belchior. Nesta música ele fala num tom de lamento: “minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”. Esta canção, além de maravilhosa, é comovente e é da época dos nossos pais… Mas qual seria o problema, ou por que haveria um lamento em sermos como nossos pais? Na canção, a sugestão é que sendo como nossos pais, não mudamos, não evoluímos, não saímos do mesmo lugar conquistado por eles, mantemos os mesmos hábitos, mesmos ídolos, mesma aparência! E se formos os mesmos e vivermos como nossos pais, mas do nosso jeito? Com uma releitura brilhante, carregando valores importantes, levando adiante através das gerações aquilo que aprendemos e queremos que não se perca… Todo mundo já escutou o ditado “Filho de peixe, peixinho é”! Como seria triste não carregarmos conosco um pedacinho do peixe que foram nossos pais, com um montão de orgulho por terem nos ensinado a escapar dos perigos, a nadar contra fortes correntezas, a brincar de esconder entre as algas, a sentir o calor do sol na água… Ser “filho de peixe” não é somente repetir incessantemente o que o peixe fez. Podemos nos renovar nos ensinamentos, driblar as redes que nos amarram, dar saltos para fora da água, nadar por lugares desconhecidos. O problema está na aceitação de ser filho de peixe sem questionamentos, quando somos aqueles que cumprem papéis predeterminados pela família ou sociedade, quando seguimos adiante sem renovação e permanecemos estagnados. Aí sim! Ser filho de peixe deve ser muito ruim. Mas do contrário, podemos amar o passado e mesmo assim perceber que o novo sempre vem. Podemos ser peixes diferentes, maiores, melhores… Podemos ser tubarão, sereia, baleia, peixão, golfinho, alga marinha… E podemos também carregar em nosso coração um peixinho que nos lembra que algo de nossos pais sempre estará conosco. Assim, poderemos escutar qualquer canção, de qualquer época porque ela nunca será velha. Poderemos voltar e ir de novo para onde quisermos, porque nosso show é feito por nós. Poderemos nos aventurar em qualquer oceano, porque somos filhos de peixe! Ainda bem!

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Karine Lacerda Pereira
karine@abrangente.psc.br

Psicoterapeuta há 23 anos com formação em Psicoterapia Familiar Sistêmica. Mestre em Psicoterapia e Hipnose Ericksoniana pelo CEM – Centro Ericksoniano do México.

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