Dilemas da vida

Dilemas da vida

Dilemas da vida

– O que podemos aprender com nossas explosões? –
“Explosões? Mas você explode, Teresa? Você me parece tão serena, calma e meiga!”
Sim, sou predominantemente calma, meiga e paciente, mas por ser (como diz um amigo) uma “pessoa humana”, eu explodo. E por vezes com intensidade.
Se me perguntarem se gosto disso, direi que na maioria das vezes não. Que prefiro ser firme, brava, mas não explosiva. A sensação de explodir a mim não é confortável. Mas, uma vez acontecido procuro aprender e avaliar o cenário em que tudo ocorreu. Procuro fazer com que a situação de explosão torne-se produtiva e não apenas um “barulho” que bagunçará a minha vida.
Se observarmos com cuidado, a maioria das explosões ocorre em função do acúmulo de emoções não digeridas e ruminações. Emoções e sentimentos que ficaram contidos por motivos diversos e pensamentos que giram em nossas cabeças como uma máquina de lavar. Podemos associar também, o “explodir” ao ato de vomitar aquilo que foi engolido e não nos fez bem. Visto por este ângulo, explodir tem um lado bom, pois, põe para fora aquilo que se ficasse dentro nos faria mal e nos adoeceria. No entanto, se explodirmos e vomitarmos a todo instante entraremos em um processo de desidratação e fraqueza emocional. Neste sentido é importante observar que, se explodo e vomito demais é porque não estou cuidando do que engulo, não estou selecionando o que quero, não estou avaliando se meus pensamentos estão rígidos, excessivos e se possuem lógica ou não.
Explodir está sempre relacionado a isto: contenção e acúmulo. Acúmulo de emoções, de sentimentos e de pensamentos preocupantes.
Para aprender com as explosões acredito que precisamos: • Verificar qual é nosso grau ou limiar de tolerância a fatores adversos que a vida nos impõe. • Observar se as explosões são freqüentes, com quem ocorrem e em que tipo de situação. Perguntar-se: “Vivo explodindo à menor adversidade ou não?” • Avaliar os fatores que levam a acumular e conter as emoções e sentimentos. • Analisar o tipo de pensamento que ficou sendo remoído antes de uma explosão • Prevenir para não remediar. Cuidar para não se tornar uma acumulador emocional. Cuidar e respeitar seus desejos, gostos e valores. Buscar sua autenticidade e assertividade. • Distinguir os momentos em que as explosões foram positivas e os momentos em que foram destrutivas. Muitas vezes é através de uma explosão que colocamos um basta a uma situação indesejável ou insuportável. Mas há outras em que a explosão destrói tanto que não possibilita a construção de um novo cenário. • Perguntar a si mesmo: “Podia ter feito diferente? E se sim, de que forma?”
Por último, não ir vivendo de explosões em explosões; fazer uma análise sincera se é necessário uma ajuda profissional para impedir que o comportamento explosivo se torne uma ferida não curada.

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Maria Teresa Soares Eutrópio
teresa@abrangente.psc.br

Psicoterapeuta há 32 anos pela UFMG. Formação em Psicoterapia Breve e Psicoterapia Familiar Sistêmica. Especialista em Psicologia Clínica e mestre em Psicoterapia e Hipnose Ericksoniana. Autora do livro: “Construindo Metáforas e Histórias Terapêuticas”.

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