Amigos, amigos, negócios à parte

Amigos, amigos, negócios à parte

Amigos, amigos, negócios à parte. Será? Nem sempre é tão simples como nos ensina o ditado popular. Relação de amizade, negócios e dinheiro é uma tríade que é, no mínimo, bastante complexa (pelo menos na cultura brasileira). A maioria de nós já passou por situações difíceis que envolviam amizade e dinheiro.Uma das principais situações tipo “saia justa” é aquela em que você empresta seu nome, cartão de crédito ou um valor a um amigo ou parente e este não honra com a dívida feita. Quando ocorre uma vez, talvez até passe, mas e quando a situação se repete?
Uma pesquisa divulgada pelo SPC Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas apontou que 17% dos brasileiros ficaram endividados por compras que não fizeram para eles mesmos. Ou seja: ajudar um amigo e um familiar pode colocar em risco o seu nome no mercado de consumo e até mesmo as relações interpessoais.
Mas é importante dizer que a maioria das pessoas já fez algum pedido de empréstimo. Eu mesma já pude contar com a mão amiga de meus familiares e sou imensamente grata. Da mesma forma, já os ajudei em momentos difíceis. Então, ajudar não é o problema. O problema acontece principalmente quando os acordos não são bem feitos e quando não há, da parte que empresta, a possibilidade de um diálogo aberto para com o devedor.
Sendo assim, como lidar com os pedidos de empréstimo?
1. Analise se você realmente pode e quer emprestar seu nome ou a quantia pedida. E,
ainda, se você terá condições de honrar com a dívida caso o amigo ou parente não
pague.
2. Evite responder impulsivamente. Peça um tempo para avaliar a situação.
3. Não tenha medo em dizer “não”, se este for seu desejo ou decisão. É melhor dizer
um não verdadeiro do que correr risco do caldo entornar posteriormente. Dizer
não pode ser difícil, você pode ficar com medo da pessoa ficar chateada ou com raiva
ou de deixarem de ser amigos. Mas é preferível a verdade a você e seu amigo
conviverem com uma situação camuflada. Muitas vezes, as pessoas dizem sim,
querendo dizer não e, posteriormente, ficam cobrando nas entrelinhas o sacrifício feito
pelo outro. Isto não é justo! Uma dívida que era somente financeira passa a ser uma
dívida emocional.
4. Se você não puder ajudar seu parente ou amigo explique seus motivos e coloque-se
disposição para ajudá-lo a encontrar uma solução.
5. Se você decidir pelo “sim” ao empréstimo, procure fazer um combinado claro.
Estabeleça condições como prazos e formas de pagamento. Diz outro ditado popular
que aquilo que é bem combinado não sai caro.
6. Há situações, no entanto, em que o pedido de empréstimo e não pagamento são
recursivos. Acontecem de forma repetida. Neste caso, é importante avaliar o que te
leva a manter a situação. Que ganhos você tem em ser aquele que está sempre
emprestando e sendo lesado? O que te impede de colocar um limite? Sempre digo que
limite também é uma forma de amor. Em algumas situações, dizer não poderá ajudar
muito mais do que a passividade em estar sempre disponível.

 

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Maria Teresa Soares Eutrópio
teresa@abrangente.psc.br

Psicoterapeuta há 32 anos pela UFMG. Formação em Psicoterapia Breve e Psicoterapia Familiar Sistêmica. Especialista em Psicologia Clínica e mestre em Psicoterapia e Hipnose Ericksoniana. Autora do livro: “Construindo Metáforas e Histórias Terapêuticas”.

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