10 abr Vamos falar sobre depressão
Vamos falar sobre a depressão?
Em campanha para marcar o Dia Mundial da Saúde, comemorado no dia 7 de abril, OMS convoca a população para discutir o assunto e derrubar preconceitos em relação à doença.
Uma doença que não deixa marcas aparentes e que não pode ser diagnosticada por exames de imagem. Confundidos com uma tristeza normal, os sintomas também podem passar despercebidos. Ainda pouco compreendida e não encarada como doença por grande parte da população, a depressão avança e já é considerada a quarta principal causa de incapacitação em todo o mundo. De acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2030, a depressão será o mal mais prevalente do planeta, à frente de câncer e de algumas doenças infecciosas.
Atualmente, estima-se que a depressão afete 350 milhões de pessoas de todas as idades, em todo o mundo. Normalmente, as mulheres são mais afetadas pelo problema que o homem.
Com números tão significativos, a OMS elegeu o tema para a realização das ações do Dia Mundial da Saúde, lembrado no dia 7 de abril. Este ano, a data marca o início da campanha “Let’s talk” (vamos conversar, em português), uma iniciativa para reforçar que a depressão pode ser prevenida e tratada. Caso contrário, tende a acarretar consequências graves para o indivíduo e para a sociedade.
A OMS destaca que conversar abertamente sobre a depressão é o primeiro passo para entender melhor a doença e reduzir o estigma a ela associado. Assim, cada vez mais pessoas poderão procurar ajuda.
Para a psicóloga e psicoterapeuta Teresa Eutrópio, a depressão representa uma preocupação de saúde pública em todo o mundo pois, trata-se de um distúrbio sério, recorrente, ligado a morbidades médicas, à mortalidade e à diminuição da qualidade de vida.
“A condição é diferente das flutuações usuais de humor e das respostas emocionais de curta duração aos desafios da vida”, explica Teresa. Segundo ela, especialmente quando de longa duração e com intensidade moderada ou grave, a depressão pode causar à pessoa afetada um grande sofrimento e disfunção no trabalho, na escola ou no meio familiar.
Na pior das hipóteses, a depressão pode levar ao suicídio. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano – sendo a segunda principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos.
Outra estatística preocupante é o baixo número de pessoas com o problema que procuram algum tipo de ajuda. Em alguns países, segundo a OMS, esse número pode chegar a apenas 10% da população afetada. “Outros obstáculos ao tratamento incluem a falta de recursos e de profissionais e os estigma social associado aos transtornos mentais”, completa Teresa.
Saiba mais:
– Para prevenir
Está demonstrado que os programas de prevenção reduzem a incidência da depressão. Entre as estratégias comunitárias eficazes para prevenir essa condição, estão os programas escolares que promovem um modelo de pensamento positivo entre crianças e adolescentes. Intervenções direcionadas aos pais de crianças com problemas comportamentais podem reduzir os sintomas depressivos dos pais e melhorar os resultados de seus filhos. Os programas de exercício para pessoas idosas também podem ser eficazes para prevenir a depressão.
– Diagnóstico e tratamento
Existem tratamentos eficazes para depressão moderada e grave. Profissionais de saúde podem oferecer tratamentos psicológicos, como ativação comportamental, terapia com enfoque sistêmico comportamental e interpessoal por serem terapias focadas em resultados e medicamentos antidepressivos.
Resposta da OMS
A depressão é uma das condições prioritárias cobertas pelo Mental Health Gap Action Programme (mhGAP) da Organização Mundial da Saúde (OMS). O programa visa ajudar os países a aumentar os serviços prestados às pessoas com transtornos mentais, neurológicos e de uso de substâncias, por meio de cuidados providos por profissionais de saúde que não são especialistas em saúde mental. A iniciativa defende que, com cuidados adequados, assistência psicossocial e medicação, dezenas de milhões de pessoas com transtornos mentais, incluindo depressão, poderiam começar a levar uma vida normal – mesmo quando os recursos são escassos.
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