Perdoar é…

Perdoar é…

 

Perdoar é…
O ato de perdoar significa desculpar um erro, ofensa, magoa, que alguém nos provocou. O perdão acontece quando deixamos de guardar ressentimento do acontecido. Por outro lado, aceitar o perdão é uma atitude, que nos permite integrar as partes julgadas e condenadas de nós mesmos. Ser perdoado e perdoar pelas fraquezas, imperfeições, significa reconciliação, tentar acertar e não repetir o acontecido.
O não perdoar provoca mágoa, desgosto, pesar, amargura, tristeza e ressentimento (que na verdade é o sentir de novo e de novo aquela situação). Não acontecendo a superação e podendo persistir por anos, tal sentimento produzirá estragos nas relações interpessoais, afetará a felicidade daquele que se magoa, podendo inclusive levar a depressão e angustia.
A magoa não pode se prolongar gerando raízes. E para isto o perdão é uma solução.
É importante frisar que, perdoar não significa esquecer, pois a memória já se formou e permanecerá. Perdoar significa não sentir mágoa quando a lembrança surge de novo. É assumir a responsabilidade pela escolha de não permitir que o que o que te feriu continue a te machucar.
METÁFORA: A IMPORTÂNCIA DO PERDÃO
O pequeno Zeca entra em casa, após a aula, batendo forte os seus pés no assoalho da casa. Seu pai, que estava indo para o quintal para fazer alguns serviços na horta, ao ver aquilo chama o menino para uma conversa.
Zeca, de oito anos de idade, o acompanha desconfiado. Antes que seu pai dissesse alguma coisa, fala irritado:
– Pai, estou com muita raiva. O Juca não deveria ter feito aquilo comigo. Desejo tudo de ruim para ele!
seu pai, um homem simples mas cheio de sabedoria, escuta calmamente o filho que continua a reclamar:
– O Juca me humilhou na frente dos meus amigos. Não aceito! Gostaria que ele ficasse doente sem poder ir à escola!
O pai escuta tudo calado enquanto caminha até um abrigo onde guardava um saco cheio de carvão. Levou o saco até o fundo do quintal e o menino o acompanhou, calado. Zeca vê o saco ser aberto e antes mesmo que ele pudesse fazer uma pergunta, o pai lhe propõe algo:
– Filho, faz de conta que aquela camisa branquinha que está secando no varal é o seu amiguinho Juca e cada pedaço de carvão é um mau pensamento seu, endereçado a ele. Quero que você jogue todo o carvão do saco na camisa, até o último pedaço. Depois eu volto para ver como ficou.
O menino achou que seria uma brincadeira divertida e pôs mãos à obra. O varal com a camisa estava longe do menino e poucos pedaços acertavam o alvo. Uma hora se passou e o menino terminou a tarefa. O pai que espiava tudo de longe, se aproxima do menino e lhe pergunta:
– Filho, como está se sentindo agora?
– Estou cansado mas estou alegre porque acertei muitos pedaços de carvão na camisa.
O pai olha para o menino, que fica sem entender a razão daquela brincadeira, e carinhoso lhe fala:
– Venha comigo até o meu quarto, quero lhe mostrar uma coisa.
O filho acompanha o pai até o quarto e é colocado na frente de um grande espelho onde pode ver seu corpo todo. Que susto! Zeca só conseguia enxergar seus dentes e os olhinhos. O pai, então, lhe diz ternamente:
– Filho, você viu que a camisa quase não se sujou; mas, olhe só para você. o mau que desejamos aos outros é como o lhe aconteceu. Por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos, a borra, os resíduos, a fuligem ficam sempre em nós mesmos.
“Cuidado com seus pensamentos; eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras; elas se transformam em ações. Cuidado com suas ações; elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus hábitos; eles moldam o seu caráter. Cuidado com seu caráter; ele controla o seu destino.”
Fonte:
– Sentimentos que causam stress: Como lidar com eles. Autora: Marilda Lipp
– Relacionamentos saudáveis. Autores: Henry Cloud e John Tounsend

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Jacqueline Alves Gomes
jacqueline@abrangente.psc.br

Psicóloga Clínica há 10 anos. Pós-graduada em Terapia Cognitivo - Comportamental. Capacitação em Neuropsicologia (diagnósticos dos transtornos de aprendizagem) e Treinamento de Pais e Professores pela UFMG.

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