Medo… Dá medo o medo que dá

Medo… Dá medo o medo que dá

Na música MEDO, Lenine descreve brilhantemente as sensações que o medo causa e pode causar.

 

De uma evitação em enfrentar uma situação difícil à total paralisação, o medo está sempre presente. Às vezes como bom protetor, mas muitas vezes, e na maioria dos casos das pessoas que buscam a ajuda de um psicólogo, ele aterroriza, distorce a percepção e diz: “Não, não vá”!

Sentir medo não é bom, mas em muitos momentos necessário. No entanto, se o alimentamos como a um bebê, logo, logo, ele fica muito forte e bem nutrido. Diferentemente dos bebês, no entanto, nem sempre a única forma de alimentá-lo é dar-lhe muita atenção. Podemos nutri-lo pensando repetidamente nele, dando-lhe todo o destaque do mundo, mas também fugindo.

Fugir do medo, negá-lo e evitar vê-lo cara a cara, também o fazem crescer. Estranho não é?

Mas é exatamente assim que acontece. É como fugir da nossa sombra. Ela fica ali, andando atrás de nós, até que a única maneira de não vê-la é evitando os lugares onde poderia surgir. E é assim  que se estruturam os transtornos de ansiedade e pânico: dando muito alimento ao medo e/ou fugindo dos lugares onde poderia surgir. Até que por fim o medo de sentir medo, torna-se o maior que o medo inicial.

Então, para trabalhar os medos é preciso, antes de tudo aceitá-los, identificá-los, nomeá-los e aos poucos, numa aproximação sucessiva diminuir a paralisia que causam. É preciso fazer despertar os momentos de coragem. Despertar o momento em que se olhe para a sombra e diga: “Você é apenas uma parte de mim; uma parte que reconheço e não mais me paralisa.”

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Maria Teresa Soares Eutrópio
teresa@abrangente.psc.br

Psicoterapeuta há 32 anos pela UFMG. Formação em Psicoterapia Breve e Psicoterapia Familiar Sistêmica. Especialista em Psicologia Clínica e mestre em Psicoterapia e Hipnose Ericksoniana. Autora do livro: “Construindo Metáforas e Histórias Terapêuticas”.

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