Bullying: Qual a responsabilidade dos pais neste processo?

Bullying: Qual a responsabilidade dos pais neste processo?

Bullying: qual a responsabilidade dos pais neste processo?
O Bullying, embora não seja um tema atual, continua merecedor de atenção e de intervenções os fatos que estão acontecendo com estudantes de escolas públicas e privadas vem se tornando um problema social. Gestores, professores, corpo técnico, alunos, pais e toda a sociedade, devem se mobilizar e refletir na busca de possíveis ações que possam amenizar ou extinguir a proliferação deste mal que assola a comunidade escolar.
O Bullying é um conjunto de atitudes de violências físicas e psicológicas, promovido por um grupo, que afetam os sentimentos e o físico da pessoa agredida. O cenário envolve o ambiente escolar e o lado de fora dos muros das escolas.
A vítima é aquele aluno baixo demais ou alto, o gordinho ou o muito magro, o tímido ou o que fala demais, o Nerd ou aquele com dificuldade de aprendizagem, ou qualquer outra situação que fuja do padrão estético ou comportamental imposto por um determinado grupo.
Os agressores não perdoam. Eles intimidam, maltratam, humilham. Os vitimizados sofrem calados aos comportamentos de seus ofensores. As consequências podem ser desastrosas, gerando desde a evasão escolar, repetência, isolamento, depressão, traumas, medos, baixa estima, etc.
Pais, escola e sociedade devem ensinar a seus filhos, alunos e cidadãos, que se deve respeitar o próximo, as várias crenças e culturas existentes com suas diversidades e pluralidades, entendendo que o indivíduo ao manifestar suas atitudes, pensamentos e comportamentos, está enfatizando a importância daquilo que o ambiente em que ele vive lhe foi passado. O respeito as diferenças é muito importante.
A falta de comunicação e de relações afetivas no ambiente familiar tem contribuído para distorcer os valores que norteiam a vida em sociedade. Muitos pais se tornam permissivos aos comportamentos inadequados dos filhos, por não terem tempo de estar com eles, deixando o acontecido passar sem que aja uma orientação de verdade em relação aos filhos. E desde muito cedo, os filhos se habituam a fazer tudo o que querem e impõem de forma autoritária e tirana perante seus pais que estão sobrecarregados e exaustos. Estes pais por culpa ou cansaço de tanto trabalho e não conseguir acompanhar a vida dos filhos como deveriam, cedem a todas as vontades e comportamentos destes. Sendo assim, os valores éticos e morais vão se perdendo.
Esses jovens desde cedo habituam-se a ser o centro das atenções em seus lares, onde as regras foram inexistentes, ignoradas. De modo geral esses filhos se comportam em sociedade de acordo com o modelo que lhe foi apresentado em família ou seja aquele indivíduo que esta educando e sendo exemplo para aquela criança ou jovem.
A maneira como a criança e o jovem é respeitado, amado, cuidado em casa vai refletir em suas ações, no ambiente escolar e na sociedade em geral. Os pais e os adultos de sua convivência são referenciais e modelos na qual a criança vai ancorar, a sua aprendizagem e seus comportamentos, aprendendo a respeitar o outro e ser respeitado.
As escolas devem promover atividades onde se resgate os valores, ética, moral, respeito, etc. A sociedade no geral contribuiria com ações sócio educativas, auxiliando no trabalho de prevenção ao bullying no ambiente escolar, envolvendo todos os que estão atuando no processo ensino-aprendizagem, do portão da escola, o que serve a alimentação, o que trabalha na limpeza da escola, o que trabalha na secretaria, biblioteca, diretoria, comunidade, professores e a família. Todos juntos lutando contra o bullying.
Estas ações poderiam ser teatro, oficinas, fantoches, palestras, feira de cultura, jornalzinho, seminário, programas de governo, políticas públicas e privadas. Com estas ações e em conjunto todos ganhariam: o aluno estaria preparado para o enfrentamento das dificuldades que possam surgir em sua vida; o professor teria o apoio e as orientações acerca de seus conflitos internos e fragilidades diante do fenômeno; a escola reduziria a violência, o índice de evasão escolar e a repetência; os pais teriam o apoio psicossocial para ajudar os filhos agressores ou vítimas do bullying; a comunidade ao redor da escola, não teria que conviver com a violência que ultrapassa o muro da escola envolvendo homicídios e suicídios.
A sociedade está diante de um grande desafio. Conhecer as fragilidades dos filhos, alunos, entender suas dificuldades, como se dão no processo interpessoais, nas adversidades para a geração da confiança, saber escutar, saber acolher, estreita o vínculo entre pais, filhos, escola e comunidade.” Educar é um ato de amor”. O que está em jogo é a esperança de vivermos numa sociedade mais preocupada com suas crianças e jovens. Somente os jovens que possuem confiança em si e o apoio de seus familiares conseguem quando vitimizados, romper o silencio que alimente o bullying e denunciar seus agressores.

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Jacqueline Alves Gomes
jacqueline@abrangente.psc.br

Psicóloga Clínica há 10 anos. Pós-graduada em Terapia Cognitivo - Comportamental. Capacitação em Neuropsicologia (diagnósticos dos transtornos de aprendizagem) e Treinamento de Pais e Professores pela UFMG.

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