31 jul A linguagem e a realidade inventada no processo terapêutico
“As palavras precisam ser relativizadas ao modelo de mundo que tem a pessoa com que se fala” (Bandler e Grinder)
Para um terapeuta ericksoniano é sistêmico é tão importante adotar uma comunicação particular quanto se concentrar na observação do sujeito. Com efeito entre os grandes princípios ericksonianos este é um que exige do terapeuta utilizar tanto sua comunicação quanto o desenrolar das intervenções, tudo o que lhe traz a pessoa tudo que ela leva consciente ou inconscientemente. Essa vigilância se aplica por consequência em dois domínios: o conhecimento da personalidade do cliente e do seu comportamento verbal e não verbal durante toda a sessão. Milton Erickson dizia que precisamos estar atentos as dicas mínimas trazidas por nossos clientes além também das realidades e expectativas que já possuem a respeito de seus problemas. Quais são as profecias auto realizáveis que os clientes trazem? Que realidade pessoal apresentam através de seus pensamentos e padrões de interação repetitivos? Desta forma, o ficar atento ao que falam e ao que não falam é uma arte que precisamos desenvolver e praticar na psicoterapia.
Veremos aqui alguns pontos a serem observados: 1. Todos os clientes chegam ao processo de psicoterapia com crenças limitantes e muitas profecias que se cumprem pelo simples fato de terem sido profetizadas. É o quê Paul Watzlawick denomina de profecias auto-realizadoras. É importante que o terapeuta fique atento às falas e processos que o cliente apresenta como formas de manter essas crenças e profecias limitantes. Podem ser crenças baseadas em experiências anteriores ou nos segredos e mitos familiares. Geralmente estas crenças limitantes determinam pensamentos repetitivos e padrões de interação engessados. 2. As terminologias usadas pelo cliente tais como rótulos que atribui a si mesmo, palavras que indicam pessimismo ou esperança são indicadores da forma de estar no mundo e de processar as informações que o cliente recebe do seu sistema. 3. A linguagem não verbal também precisa ser muito observada tais como incoerências entre o que fala e o que demonstra em termos de sentimento, posturas físicas, posicionamento no ambiente, dentre outros. 4. Na linguagem verbal podemos observar formas de processar e perceber o mundo.
Destacamos as seguintes: ● A omissão: de tudo o que se poderia perceber do mundo exterior a pessoa se atém apenas a uma parte e abandona muitos outros aspectos significativos e importantes. Omite dados e fatos da sua realidade. ● A generalização: a pessoa tira conclusões de cada experiência particular e aplica a outras circunstâncias similares; da mesma maneira que com uma mensagem se pode fazer referência a uma generalidade de pensamentos. Esta falha pode levar o ser humano a criar regras para si e para os outros, podendo muitas vezes criar a crença de que todas as experiências posteriores podem ser boas ou ruins. A generalização acontece quando uma experiência se torna a base para todas as outras impossibilitando a pessoa de encontrar exceções e novas descobertas para si e para o outro. Veja um exemplo muito utilizado: Ex: Ninguém gosta de mim. Pergunta: Ninguém? Será que existe alguém a sua volta que goste de você? Nem a sua mãe? ● A distorção: Habilidade de fazer mudanças em uma experiência. Quando utilizamos esse processo estamos julgando comportamento e pressupondo eventos que dêem o significado pretendido por nós, não pelo nosso interlocutor. Com as distorções afirmamos conhecer a experiência interna do outro e dar o mesmo significado a duas experiências diferentes. Veja os exemplos dos padrões de distorção: Ex: vou mal na escola… então tenho um problema de aprendizagem. ● A leitura de mente: a pessoa tende a imaginar ou acreditar poder adivinhar o que o outro pensa, e ainda, espera que as outras pessoas façam o mesmo em relação a ela.
Adélia Maria da tia Hilma
Postado em 17:26h, 31 julhoEstou encantada e orgulhosa de tê-la como prima.Inteligente e muito batalhadora no.âmbito profissional.PARABÉNS.Bjs.Adé