Prefácio

Este é um texto sobre psicoterapia, a ciência – arte da mudança e reconfiguração positivas de pessoas e grupos.

Mais do que escrever teorias e ideologia elaboradas e sofisticadas, a autora se dedica a destacar um dos mais criativos recursos, os quais tornam a prática psicoterápica mais “leve” e ao mesmo tempo, potencializa a sua eficácia: o uso de histórias e metáforas.

Quem não gosta de histórias? Elas sempre estiveram presentes em nossas vidas. Começando pela infância (Ah! As histórias de bruxas, duendes, magos, reis, princesas e heróis…), passando pela adolescência (aventuras e amores), pela juventude e maturidade (descobertas, filosofias e enigmas). Ah! As histórias! Personagens, enredos, aspectos multifacetados que atraem e encantam. Então, por que usar não as histórias em psicoterapia?

O uso de histórias terapêuticas constitui tarefa simples apenas aparentemente. Na verdade exige uma receptividade hábil e inteligente para que o expressado pelo cliente seja sensível e corretamente registrado pelo terapeuta (empatia).Após isto, deve haver um convite, por parte do profissional, para que o trazido, depois de acolhido e compreendido, seja cuidadosamente desafiado – no sentido de se ir mais adiante, de iluminar ângulos mais obscuros, de ampliar, enfim, a compreensão do que foi expresso.

Em uma linguagem técnica significa estabelecer a comunicação terapêutica em vários níveis lógico-operacionais, simultaneamente, propiciando, assim esse desafio/convite à ampliação da percepção de si mesmo e do mundo no qual o cliente se percebe vivendo(ser-consigo e ser-no-mundo). E tudo isso sob a magia de narrativas cativantes, bem humoradas, sensíveis, histórias dentro de histórias…

É isto que Maria Teresa Soares Eutrópio – uma talentosa psicóloga clínica – executa com maestria e habilidade neste seu trabalho, unindo o lado técnico da psicoterapia ao do encantamento sensível das narrativas apresentadas. Vale a pena dizer: rompendo resistências e retomando , terapeuticamente , as histórias de vida, da vida,  de todos nós, de todos os tempos…

Caro leitor: leia e desfrute…serenamente. Aprenda e encante-se…

Bom proveito.

Rogério Niffinegger – Doutor em Psicologia

Professor Titular (1973-1999) do departamento de Psicologia UFMG